domingo, 1 de abril de 2012

Pessoas: Manipuladoras, Equivocadas, Preconceituosas, Ingênuas

Ao longo dos meus mais de 12 anos de CMRA, tenho testemunhado algumas confusões iniciadas por grupos de condôminos contra as administrações da época. As ocorridas no últimos 6 anos, nas gestões Eromir/Assis, ao meu ver, foram equivocadas. Não que eu não tenha críticas a alguns aspectos das citadas administrações, mas jamais tive dúvidas sobre a lisura destas. 

A minha análise sobre a última confusão, que culminou com o afastamento judicial do síndico eleito, é a abaixo.

A eleição e o processo eleitoral
Tudo começou com o processo eleitoral, coordenado por uma pessoa que se esquiva para não ser responsabilizado por qualquer coisa. Tanto é que, se perguntado se foi o coordenador ou o presidente da Comissão Eleitoral, ele dirá, como já disse, que não existia esta função na Comissão e que todos os membros tinham status igual.  Como se fosse possível, em um grupo, não haver liderança. Mas todos sabemos que esta função era praticada e até ditatorialmente, por omissão dos demais membros. Tem sido assim em todas as comissões das quais participou, sempre liderando de forma não-assumida. E quando a coisa começa a desandar, renuncia e desaparece. Essa comissão fez um código eleitoral, aprovado em assembléia, o mais casuísta e regulamentado possível, procurando ao máximo obter um resultado eleitoral que não fosse a eleição de quem foi eleito. Esse código possui mais de quarenta artigos e um último super-artigo, que diz mais ou menos assim: "Casos omissos, a Comissão decidirá.", referindo-se a alguma hipotética situação, não prevista nos demais artigos. Este super-artigo foi o que mais funcionou, sendo usado até para justificar  decisões contrárias aos demais artigos. Houve comentários de que uma ou duas pessoas, por serem conhecidas, foram autorizadas a votar com procuração sem firma reconhecida, quando um dos artigos exige o reconhecimento de firma em cartório. Não acho que este fato tenha tido relevância no resultado, mas exemplifica o casuísmo e a manipulação. Esse mesmo código eleitoral pecou por permitir a "eleição" sem voto para cargo eletivo quando só houvesse um candidato. Nestes casos, o código deveria exigir um referendum, onde os eleitores diriam se aceitam ou não aquele candidato para o cargo em questão. E foi assim, sem nenhum voto, que tivemos a "eleição" da sub-síndica da Quinta das Ruas, pessoa que foi protagonista em todas as confusões equivocadas que tivemos nos últimos anos no CMRA.

A sub-síndica e o Conselho Fiscal
"O mundo não está ameaçado pelas pessoas más,
e sim por aquelas que permitem a maldade."
Albert Eintein

A citada sub-síndica (SS), que almejava ser síndica mas talvez por perceber a rejeição a sua pessoa não tenha se candidatado, imiscui-se no Conselho Consultivo/Fiscal, volúvel, e o cooptou. A SS fez do CCF um instrumento para perseguir o síndico. O CCF passou a ter a cara e a voz da SS. Basta ler as atas das suas reuniões, que inicialmente eram denominadas de Parecer, e passaram a denominá-las de Resolução, onde faziam exigências operacionais ao síndico. Ou seja, o Conselho que deveria ser consultivo/fiscal, pretendeu-se Executivo, figura jurídica inexistente em nossa Convenção. Portanto, o CCF só pode criar Resoluções para sí próprio.



A vigarista
"Quando se é extremamente sábio corre se
o risco de cair no golpe mais simples."
Felipe Lenzi

Surge em cena, então, a vigarista. Funcionária recomendada pelo SECOVI e contratada pelo síndico, entrou em substituição a outra, que pediu demissão. Essa, contatava condôminos com significativa inadimplência e lhes propunha acordos vantajosos, com grandes descontos. Em seguida, redigia os termos dos acordos ilegais e os misturava com outros, legais, e dava para o síndico assinar, que o fazia sem nada desconfiar. De posse do acordo "aprovado", recebia cheques dos condôminos cúmplices na fraude e os depositava em sua própria conta. Descoberto esquema, o síndico entregou o caso à polícia, prestando queixa da vigarista. Não a demitiu porque esta se antecipou e pediu demissão. Todos os acordos fraudulentos foram identificados e anulados. O CMRA não teve prejuízo, mas os condôminos fraudadores, sim. O enorme prejuízo do CMRA viria depois, com a afastamento do síndico e a gestão desastrada da dupla de SSs.


O golpe

À SS de Ruas e seu grupo não interessava a verdade (o síndico ser inocente). Ela tinha que aproveitar a oportunidade e criar uma situação de desconfiança dos condôminos com relação ao síndico. Senão, como ela conseguiria ser síndica? Então forçaram a barra, manipulando os ingênuos e, sem nenhuma intenção de ofender, os fez de otários. Eles assinaram para a convocação de uma assembléia que seria para "melhorar o condomínio" e cujo objetivo escrito NÃO era destituir o síndico eleito. Quando da realização da mesma, expuseram o seu lado da história, dizendo que o síndico participava de uma esquema para roubar o condomínio e propuseram o seu afastamento. A platéia, enganada mas agradecida, aprovou. Pela lei, uma assembléia para destituição de um síndico ELEITO só pode ser convocada com um mínimo de 2/3 das assinaturas dos condôminos. Daí a ilegalidade da mesma. Baseado nisto, o síndico não aceitou o resultado e recusou-se a sair. O grupo entrou com um pedido de liminar para destituí-lo. Fizeram um drama na sala do juiz e foram convincentes. O juiz, sem ouvir a outra parte, afastou o síndico para a realização de perícias, que nunca aconteceram, colocando os SSs de Ruas e Praças em seu lugar.


A injustiça
"A injustiça que se faz a um,
é uma ameaça que se faz a todos."
Montesquieu

Afastar uma pessoa honesta como o Sr. Assis Costa, da forma como foi feita, foi uma grande injustiça. O mesmo sofreu muito, passou noites em claro e sentiu-se humilhado. Para quem não sabe, em 2007 este condomínio vivia situação financeira precária, com centenas de milhares de reais em dívidas (INSS, Celpe, Compesa, para citar as maiores) e as contas eram sempre pagas em atraso, com juros e multas. Era quase diário a visita de equipes de corte da Celpe e Compesa. Foi então que o síndico da época, Sr. Eromir Borba, convidou o Assis para o cargo de gerente. Este, ao longo de vários meses, renegociou contratos por valores menores, escalonou dívidas, enxugou vários custos, organizou o fluxo de caixa, etc. Como resultado, as despesas passaram a ser condizentes com a receita, as contas passaram a ser pagas em dia e até mesmo antecipadamente, e começamos lentamente a formar uma reserva. Este equilíbrio financeiro nos permitiu, por exemplo, enfrentar vários racionamentos de água pagando os carros pipa à vista, sem nenhuma taxa-extra ou aumento condominial por vários anos. Quando do afastamento do Assis, apesar de estar "roubando", mantínhamos mensalmente em caixa, depois de ter pago todas as contas, algo em torno de 170 mil reais. Assim, além de injusto, o afastamento do Assis, como aconteceu, foi uma grande ingratidão.


O desastre financeiro
"A pressa gera o erro em todas as coisas."
Heródoto

Finalmente, a SS de Ruas e seu coadjuvante de Praças tiveram em suas mãos as rédeas do CMRA. E aí passaram a fazer tudo o que solicitaram, pelas "Resoluções" do CF, que o síndico afastado fizesse, e mais.  Demitiram e admitiram pessoas, demoliram e reconstruíram, contrataram e contrataram, compraram e compraram. Gastram com coisas necessárias e desnecessárias, essenciais e supérfluos. Mas principalmente, gastram sem planejamento. Qualquer empresa, ou condomínio, sobrevive a qualquer tipo de má administração, menos a financeira. O dinheiro é o mais real das realidades. É ele que viabiliza tudo e até define a nossa sobrevivência de forma digna. É por isto que empresas e gestores são avaliados principalmente pelos resultados financeiros. E por este parâmetro, o que vivenciamos no CMRA nos últimos meses foi o mais completo caos. Os neo-gestores, que receberam a reserva citada acima em caixa, gastaram-na impetuosamente; encontraram contas em dia e superávit, deixam contas vencidas e défit.  Assim, rápidamente, voltamos à situação calamitosa de anos passados. Um bom exemplo de retrocesso. E isto é fato, infelizmente. Para eles, o ideal seria uma taxa condominial pós-fixada. 


Faça o que eu digo, não faça o que eu faço
"Coerência significa provar na prática suas palavras."
Jackson de Oliveira

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Seria cômico, se não fosse trágico. Ao reler os Pareceres e "Resoluções" do CCF, muitos deles redigido num tom em que dá até para ouvir a voz da SS de Ruas, e compará-los com as despesas realizadas pelos SSs investidos de síndico, observamos contradições abissais. A "Resolução" 009/2011, acima, por exemplo, diz que o CMRA só poderia ter um único celular, para uso do síndico, e para assuntos exclusivos do Condomínio, cuja conta mensal não poderia ultrapassar 300 reais, sob penas diversas, etc, etc. Por bem, depois que a dupla assumiu, mais aparelhos foram adquiridos e a conta ultrapassou este valor todos os meses, sendo que, a partir de dezembro de 2011, foi sempre superior a mil e quinhentos reais!


Esperança de dias melhores

Na assembléia convocada com mais de 700 assinaturas com a finalidade específica de encontrar uma alternativa aos sub-síndicos e destituí-los da administração, realizada no dia 14 de março, vimos pessoas arrependidas por terem contribuido com o seu voto e assinatura para esse estado de coisas. Então, indicaram a sub-síndica de Igrejas, Sra. Emília de Araújo Diniz Santana, para assumir como síndica do CMRA, até o final do mandato que seria do Assis. A dupla não aceitou a decisão, querendo uma saída a sua moda. Porém, em audiência com o juiz, no processo que os colocou como síndicos e na presença deles, ou seja, ouvindo ambas as partes, o árbitro homologou a decisão democrática da assembléia.

A Sra. Emília terá um árduo trabalho pela frente e precisará da nossa ajuda e compreensão. Ela encontra um saldo zerado (se tivéssemos cheque especial, estaria negativo), contas vencidas, cheques voando e um fluxo de despesas que não tínhamos antes a estancar. Precisa rápidamente encontrar o equilíbrio financeiro. O Assis, com sua experiência e conhecimento, poderá ajudar significativamente neste processo. Sinceramente, espero que ela o chame. 

5 comentários:

  1. Boa Noite !!!
    Parabéns pelo retorno do blog que estava "desativado" a tanto tempo.
    Gostaria de saber o que houve com os 170 mil que tínhamos em caixa antes da dupla assumir, o condomínio fará algo para investigar isto ou mais uma vez assumiremos o prejuízo ?

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  2. J. Brito Edf Nelson Ferreira02 abril, 2012 22:03

    Taí um relato equilibrado e de quem sabe das coisas. Apesar de pouco tempo de CMRA, conheço alguns lances dos que foram enumerado e concordo plenamente com o relato. Vamos aguardar e rezar por dias melhores. Estamos vivendo a nossa quaresma e queira Deus que vivamos tambem uma gloriosa ressurreição.
    J.Brito, Poetas, Nelson Ferreira

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  3. Acho que Assis deu prova desde a Epoca de Eromir como um gestor que sabe trabalhar com pouco dinheiro. Acredito que não haja dolo ou envolvimento por parte dele no episódio da funcionária que passava a perna no Condomínio, afinal teria que ser muita ingenuidadde da parte dele tal envolvimento, coisas que não me parece ser o seu perfil.
    Sem dúvida sua administração foi importante para manter a economia. No entanto precisamos de investimentos em modernização e manutencão algo que provavelemente teremos que investir maciçamente e unir tal experiência com a de uma administrador que promova mudanças.
    Modernizar e profissionalizar estes deveriam na minha opinião ser os proximos passos do CMRA.

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    1. Concordo com este comentário anônimo acima. É imprescindível termos um administrador competente no financeiro. Mas desejável um que também tenha visão dos nossos anseios e expectativas e saiba COMO satisfazê-los.

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  4. Gostei muito do relato feito por Sr Gilson,sensato ,equilibrado e deveras esclarecedor.Concordo plenamente com o que foi exposto.
    Therezinha Costa .Quinta das Pontes,Ap.501 Bl 17

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